A insulina é um hormônio, uma substância mensageira. Ajuda a controlar o nível de açúcar no sangue e o metabolismo informando à célula que a glicose (um tipo simples de açúcar) precisa entrar. A insulina é produzida no pâncreas, um órgão localizado atrás do estômago. Sem insulina sendo produzida ou liberada o corpo não consegue usar o açúcar para produção de energia.
Como a insulina trabalha?
Quando comemos uma fruta, um pão, arroz ou um doce, estes alimentos chegam ao intestino e são digeridos, quebrados até seus constituintes mais simples como aminoácidos, ácidos graxos, glicose e frutose. Cada uma dessas substâncias será absorvida e chegará à corrente sanguínea. As células beta do pâncreas percebem tudo isso. Começam então a produzir e liberar insulina, com base nos níveis de açúcar presentes no sangue. Esta liberação ocorre em duas fases:
As células do fígado, do músculo e do tecido adiposo (onde estocamos gordura) possuem receptores para insulina. Este hormônio se liga a dois locais distintos do receptor, que, por sua vez, ativa uma complexa rede de sinalização intracelular por meio de proteínas IRS e das cascatas canônicas PI3K e ERK.
As duas principais cascatas de sinalização do receptor de insulina (PI3K e ERK) são mostradas (Meyts, 2016)
Se os receptores não funcionam bem (por inflamação, estresse oxidativo aumentado, obesidade), a pessoa desenvolve resistência ao hormônio insulina e os níveis de açúcar no sangue começam a aumentar. Para que o receptor volte a funcionar bem é necessária a adoção de uma dieta com características antiinflamatórias, controle do peso (com restrição de carboidratos e atividade física regular).
Se a glicemia não é controlada os níveis de insulina podem aumentar cada vez mais. Só que o pâncreas vai se cansando e, ao longo dos anos, pode surgir o diabetes, doença comum, que afeta 1 em cada 10 adultos em todo o mundo. Para garantir maior longevidade os níveis sanguíneos de insulina não podem ultrapassar 10 mg/dl. Para pessoas com maior risco de diabetes e Alzheimer o nível ideal fica abaixo de 5 mg/dl.
Já o diabetes tipo 1 costuma ter origem na infância, por problemas autoimunes. Ou seja, o sistema imunológico ataca e destrói as células beta do pâncreas que produzem insulina. Tanto no diabetes tipo 1, quanto no tipo 2, o aumento dos níveis de glicose sanguínea geram alterações metabólicas e podem danificar vasos sanguíneos e órgãos como olhos, coração e rins.
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🧬 Os genes não são lidos o tempo todo!
Você sabia que nosso DNA contém milhares de genes, mas nem todos estão ativos o tempo inteiro? Cada gene só é “ligado” ou “lido” quando o corpo precisa daquela proteína específica. Por exemplo, o gene que produz a insulina — o hormônio responsável por ajudar a glicose a entrar nas células — só é ativado quando o organismo precisa dela.
Imagine que você comeu uma banana 🍌, que tem bastante glicose. Seu corpo vai sinalizar para que o gene da insulina seja lido, iniciando a produção do hormônio. A insulina então circula no sangue e ajuda a glicose a entrar nas células, fornecendo energia. Se você não comer, ou não precisar de tanta insulina naquele momento, o gene fica “desligado” e não há produção do hormônio. Isso evita desperdício e mantém tudo em equilíbrio!
Mas como o nosso corpo sabe onde começa e onde termina um gene, já que o DNA é uma longa fita cheia de informação?
Início do gene
Os genes têm regiões chamadas promotores, que funcionam como “interruptores” que ativam a leitura do gene. É nessa região que a célula “enxerga” que aquele gene deve ser lido.
Depois do promotor, vem o início da transcrição, onde o DNA começa a ser copiado em RNA, e mais adiante, o início da tradução, onde começa a síntese da proteína. O promotor é a região onde a RNA polimerase se liga para iniciar a transcrição.
Nos eucariontes (DNA contido dentro do núcleo da célula) identificamos esta região pelo TATA box (ex: TATAAA), geralmente a ~25 pares de bases antes do ponto inicial da transcrição. O início da transcrição geralmente é marcado pela presença da base Adenina (A) no DNA, fita em rosa, na imagem (direção 5' → 3').
Fim do gene
No final do gene, existem sinais especiais chamados terminadores e códons de parada (como UAA, UAG e UGA no RNA - fita em verde, na imagem) que indicam para a célula onde a produção da proteína deve parar. Assim, a célula sabe exatamente o que deve ser feito, nem mais, nem menos.
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